“NÃO ME ENTREGO, NÃO!” COM OTHON BASTOS, NO SESC 14 BIS
Cena do espetáculo “Não me entrego, não!” Crédito: BETI NIEMEYER
Quando Flávio Marinho recebeu um calhamaço de escritos de Othon Bastos, confiado pela amizade de décadas entre os dois, não imaginava o sucesso de público e crítica que se tornaria “Não me entrego, não!”. O espetáculo, escrito e dirigido por Flávio, está em cartaz no Sesc 14 Bis, em São Paulo, até 21 de abril: de quinta a sábado, às 20h, domingo, às 18h, e segunda (21), às 15h.
Às vésperas de completar 92 anos de vida e 74 de carreira, Othon revive com frescor o gesto de começar — desta vez com números expressivos: já são mais de 40 mil espectadores e uma circulação por diversos estados do país. Em cena, o ator revisita títulos marcantes do cinema, como “Deus e o Diabo na Terra do Sol”, e do teatro, como “Um grito parado no ar”, entrelaçando memórias pessoais com reflexões sobre temas como trabalho, amor, arte e política. O resultado é um painel afetivo e filosófico, construído em blocos temáticos, com citações e referências de grandes autores.
A vontade de voltar ao palco nasceu após Othon assistir à peça “Judy: o arco-íris é aqui”, que o inspirou a transformar suas memórias em dramaturgia. Reuniu cerca de 600 páginas de anotações e confiou o material a Flávio, que condensou décadas de vivência em um solo teatral. O espetáculo parte de episódios marcantes da vida do ator e, a cada nova lembrança, desdobra-se em reflexões mais amplas. A narrativa evolui conforme os temas surgem: quando Othon encontra o amor da vida, por exemplo, o texto se expande em torno do afeto, com referências literárias. O mesmo acontece com questões políticas, que conduzem a outras camadas da peça.
Com texto construído sobre memórias editadas — diferentes das espontâneas — Othon se vê desafiado a interpretar a si mesmo. Em cena, conta com a atriz Juliana Medela, que interpreta sua “memória”, uma espécie de assistente virtual teatral que intervém e comenta trechos da narrativa. A proposta, idealizada por Othon, traz leveza e atualiza a linguagem do espetáculo.
“É meu primeiro monólogo e sobre minha própria vida. É muito forte ter que ser o centro em cena. Mas trazemos apenas lembranças boas, para que o público conheça um pouco do que é ser ator — uma pessoa comum que recebeu um dom e quer compartilhá-lo. Quero que me leiam, que saibam quem sou e como sou”, resume Othon Bastos.
SERVIÇO:
Até 21 de abril de 2025. Quinta e sábado, às 20h, domingo, às 18h e segunda, dia 21/4, às 15h. Não haverá espetáculo na sexta, dia 18/04.
Classificação Indicativa: 12 anos | Duração: 100 minutos
Sesc 14 Bis – Teatro Raul Cortez
Rua Dr. Plínio Barreto, 285 – Bela Vista – São Paulo – SP
Sobre o Sesc São Paulo
Com mais de 78 anos de atuação, o Sesc - Serviço Social do Comércio conta com uma rede de 43 unidades operacionais no estado de São Paulo e desenvolve ações para promover bem-estar e qualidade de vida aos trabalhadores do comércio de bens, serviços e turismo, além de toda a sociedade. Mantido por empresas do setor, o Sesc é uma entidade privada que atende cerca de 30 milhões de pessoas por ano. Hoje, aproximadamente 50 organizações nacionais e internacionais do campo das artes, esportes, cultura, saúde, meio ambiente, turismo, serviço social e direitos humanos contam com representantes do Sesc São Paulo em suas instâncias consultivas e deliberativas. Saiba mais em sescsp.org.br
Serviço do Sesc 14 Bis
Horário de funcionamento: terça a sábado, 10h às 21h; domingos e feriados, 10h às 19h.
Estacionamento: Vagas para carros, motos e bicicletas.
R$ 12 para as 3 primeiras horas e R$ 2 a cada hora adicional (Credencial Plena)
R$ 18 para as 3 primeiras horas e R$ 3 a cada hora adicional (Público geral)
Para atividades no Teatro Raul Cortez, preço único: R$ 12 (Credencial Plena) e R$ 18 (Público geral)
*Em dias de shows e espetáculos é possível retirar o veículo após o término das apresentações.
**Transporte gratuito da unidade até a estação de metrô Trianon-Masp da linha 2-verde para os participantes das atividades, de terça a sexta, às 21h40, 21h55 e 22h05.
Como chegar
Ônibus: a 260 metros do ponto Getúlio Vargas 2 (sentido Centro-Bairro), a 280 metros do ponto Parada 14 Bis (sentido Bairro-Centro) e a 2000 metros do Terminal Bandeira.
Metrô: a 700 metros da estação Trianon-Masp da Linha 2-Verde e a 2000 metros da estação Anhangabaú da Linha 3-Vermelha.
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