''Rita Lee é homenageada em exposição temática de carreira e obra no Museu da Imagem e do Som em SP'
A exposição Samsung Rock Exhibition Rita Lee em celebração aos 73 anos de idade e 50 anos de carreira consolidada de uma das artistas mais relevantes da história do rock nacional, esteve em cartaz até o último domingo (20 de Fevereiro) no Museu da Imagem e do Som, no Jardim Europa em São Paulo.
Exposição Samsung Rock Exhibition Rita Lee- Foto: Renata Porto
O Museu da Imagem e do Som, localizado em área nobre da cidade de São Paulo, frequentemente recebe um público numeroso em suas disputadas exposições sobre ícones e personalidades relevantes da arte contemporânea, do cinema, da música, da TV, além de dar espaço para novos artistas. Com histórico de fomentar a cultura do país com acervos generosos de artistas cultuados mundialmente e trazer programações de qualidade aos visitantes diariamente, o espaço cultural já recebeu disputadas exposições com acervos generosos, materiais inéditos e abrangentes figurinos, itens pessoais, artigos raros e fotografias de personalidades relevantes na história da arte e cultura mundial como David Bowie, Tim Burton, Renato Russo, John Lennon, Leonardo da Vinci ,Rita Lee, Silvio Santos e programas de grande sucesso televisivo como o Castelo Rá Tim Bum da TV Cultura, com curadorias individuais e participações ativa dos parentes, pesquisadores e dos próprios homenageados.
Em exposição histórica desenvolvida pela Dançar Marketing sobre Rita Lee intitulada Samsung Rock Exhibition Rita Lee estreou em setembro no MIS com temporada de terça á domingo em quatro meses de visitação aberta ao público. Com material original selecionado pela própria artista e João Lee, seu filho e curador da exposição, a mostra traz um panorama da carreira e da vida de Rita, uma das artistas mais relevantes e plurais do Brasil, admirada ao redor do mundo.
Composta por centenas de itens originais, entre figurinos e objetos pessoais, a exposição percorre a história da Rainha do Rock em 18 áreas temáticas, com cenografia assinada por Chico Spinosa e direção artística de Guilherme Samora – estudioso do legado cultural de Rita. A exposição dividida em dois andares com salas temáticas que transitam entre a carreira solo de Rita Lee, sua vida pessoal e sua breve participação nos grupos Tutti Frutti e Os Mutantes, um divisor de águas na carreira da artista.
Rita Lee é cantora, compositora, multi-instrumentista, atriz, escritora e ativista brasileira, conhecida como um dos maiores ícones feminino do rock brasileiro e a pioneira do psicadelismo tropicalista , com inúmeros títulos relevantes como a mulher que mais vendeu discos na história do Brasil e uma das artistas mais censurada na época da ditadura. O público tem a oportunidade ao visitar a exposição de imediato entrar no seu universo lúdico, criativo e particular passando por ETs e naves espaciais multicoloridas, além de se deparar com manequins feitas uma a uma, reproduzindo o rosto e as poses da artista em tamanhos reais com quarenta e dois figurinos de seu acervo pessoal de distintas fases da carreira.
A experiência se torna mais emotiva conforme o público avança sobre as salas do museu, com muitas fotos de arquivos pessoais como o casamento com o músico e compositor Roberto Carvalho, seu marido há mais de quarenta anos e ao qual tem três filhos, momentos inesquecíveis na carreira detalhadas através de figurinos como o icônico vestido de noiva usado na apresentação dos Mutantes no Festival Internacional da Canção no Maracanãzinho em 1968 e capa do segundo álbum do grupo, e o polêmico figurino vestida de Nossa Senhora Aparecida no show no Maracanã em 1995 , ao qual após o episódio e sobre protestos, a cantora devota, foi excomungada pela igreja católica. Cercada de inúmeras polêmicas em mais de cinquenta anos de carreira , o espaço conta com um corredor estreito e específico para documentos oficiais com registros de canções proibidas e censuradas na ditadura militar ,cartas que Rita Lee escreveu na prisão no período que mesmo grávida, foi presa injustamente durante o período da ditadura em 1976 acusada de portar drogas. Uma roupa de presidiária vestida de xadrez também faz parte da coleção, usado em primeiro show após a artista sair da prisão.
Exposição Samsung Rock Exhibition Rita Lee- Foto: Renata Porto
Com riqueza de detalhes, o público se impressiona com tantos materiais documentais inéditos, informações relevantes de sua infância na Vila Mariana com seus pais retratados através de um cenário de um porão, suas lutas pelas causas sociais e animais, instrumentos como guitarra e piano , telões 3D com apresentações de shows importantes da carreira da artista e adereços preservados de forma bem caprichosa que compõem todos cenários de apresentações do inicio da carreira até os dias atuais. Nada se passa despercebido, desde as botas prateadas de plataforma utilizadas no show Babilônia, calçados esse que foi furtado por Rita de uma loja de grife da estilista Barbara Hulanicki, em Londres , ao manequim surrealista e irreverente de Rita Lee com seis cabeças de si mesma, em turnê do show de 1997, criada por Chico Spinoza e recentemente foi desenvolvido a réplica da boneca inspirada no traje utilizado nesta turnê especialmente para a artista expor nesta mostra pelo artista plástico Marcus Baby. Os rostos foram desenhados pela cenógrafa Clívia Cohen.
Atualmente Rita Lee está aposentada dos palcos desde 2012,a artista vive reclusa com familiares em um sítio no interior de São Paulo. A artista de 73 anos se trata atualmente de um câncer no pulmão e se recupera bem de tratamentos invasivos como quimioterapia e radioterapia e entrou na fase final do tratamento. Acompanhou ativamente todo o processo da montagem da exposição através de chamadas de vídeos, e com o filho João Lee como curador, o mesmo tem participado presencialmente e acompanhando todo o processo da exposição, além de conduzir os visitantes.
João Lee- Foto: Renata Porto
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