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''Espetáculo infantil indígena Pa'ra - rio de memórias estreia nova temporada no Sesc Avenida Paulista''


Idealizado por Lenise Oliveira e inspirado na cosmovisão Sateré-Mawé, o trabalho aborda os direitos das crianças indígenas em contexto urbano.


Crédito: Geysa Bernardes
Crédito: Geysa Bernardes


“Pa’ra - rio de memórias’ é um fluxo de tempos que se tocam. Um mergulho em histórias que seguem vivas, correndo como rio, atravessando corpos, sonhos e presenças”. Roberta Araújo, diretora assistente.

 

Com direção de Marina Esteves e dramaturgia de Idylla Silmarovi e Lenise Oliveira, esta também responsável pela atuação, o espetáculo infantil indígena “Pa'ra - rio de memórias”, conflui as memórias de infância da atriz no Jurunas - uma das maiores periferias de Belém (PA) - com a cosmovisão de seu povo, os Sateré-Mawé. A temporada acontece entre os dias 5 e 27 de julho de 2025 na Sala Arte II do Sesc Avenida Paulista, com sessões todos os sábados e domingos, às 11h. No dia 9 de julho (quarta-feira) haverá sessão extra no mesmo horário.


Quando se mudou para São Paulo, em 2021, Lenise precisou lidar com várias formas de violência, como a discriminação social, a desvalorização dos seus saberes e um processo de "aculturação" forçada.


Por isso, faz um resgate ancestral. Na trama, uma criança indígena chamada Dalú é obrigada a deixar o território do seu povo, em Mairi (Belém do Pará), e migrar com a mãe para a periferia de um grande centro urbano, Nhe’e ry (São Paulo). Nesse novo local, elas enfrentam muitos desafios, como o preconceito e a truculência policial.


Quando o pior acontece e a casa das duas é invadida, a menina clama por seus ancestrais e embarca em uma viagem em busca das riquezas do seu povo - tudo ao lado dos seus melhores amigos Boldo, Alecrim e Capim Cidreira. Nesse mundo, o rio das memórias, a protagonista escuta os conselhos da natureza, onde os vivos não se distanciam dos encantados e dos seus ensinamentos.


Sobre o espetáculo “Pa'ra - rio de memórias” está estruturado em três eixos: infância, corpo e territorialidade. Segundo Lenise, o aspecto mais importante da montagem é debater os direitos das crianças indígenas no contexto urbano.


“A educação nas comunidades indígenas, por exemplo, deve ser bilíngue e intercultural, respeitando as tradições e os idiomas nativos. No entanto, o sistema educacional brasileiro, em muitos casos, falha em promover esse tipo de educação. O que resulta em um processo de alienação cultural, em que as crianças indígenas são forçadas a se adaptar a uma cultura dominante. Muitas precisam sair do território para estudar na cidade e enfrentam todo tipo de violência”, comenta a idealizadora.


Para dar conta dessas questões, as artistas fugiram dos estereótipos. Por isso, elementos como penas e pinturas corporais não foram incluídos na encenação.


O espetáculo combina a estética afro-minimalista, presente na pesquisa de Marina Esteves, com a imersão na cultura Sateré-Mawé e paraense, desenvolvida pela atriz e idealizadora Lenise Oliveira. Fugindo das representações coloniais dos povos originários, a direção adota uma paleta vibrante de vermelho, azul e marrom para compor a identidade visual da obra.


Na trama, Dalú embarca em uma jornada lúdica por um mundo imaginário, onde encontra seres que simbolizam figuras importantes para a população indígena, cada um carregando histórias e ensinamentos essenciais. “Partindo do conceito de ressignificação dos objetos, chegamos aos bancos de Pajé, que, ao longo da narrativa, se transformam em animais, guarda-chuvas, cidades e tudo o mais que precisarmos”, explica Marina.


A trilha sonora, criada exclusivamente para a obra, tem assinatura de Dani Nega. musicista se inspirou nas sonoridades típicas do Pará. Dessa forma, a musicalidade Sateré-Mawé se mistura ao brega e ao techno brega das aparelhagens.



Por todos esses elementos, “Pa’ra - rio de memórias" também converte-se em um espaço de resistência cultural onde as tradições indígenas são celebradas e reimaginadas. Nesse processo, o público é convidado a refletir sobre suas próprias identidades em um mundo que frequentemente tenta apagá-las.


A peça é um desdobramento do projeto "Perspectivas Indígenas em Cena", que foi contemplado pelo programa Funarte Retomada 2023 - Teatro, e contou com o apoio do Museu das Culturas Indígenas.


Sinopse:


"Pa'ra - rio de memórias" conta a trajetória de Dalú: uma menina indígena do povo Sateré-Mawé que élevada a uma viagem no mundo dos ancestrais para retomar as riquezas de seu povo e ajudar a sua família a lidar com conflitos territoriais na cidade grande. Ao se encontrar com encantados e antepassados, a peça convida o público a navegar por esse rio de memórias e dialogar em torno das infâncias indígenas dentro e fora das aldeias.


Ficha Técnica


Idealização e atuação: Lenise Oliveira


Direção geral: Marina Esteves


Diretora assistente: Roberta Araújo


Dramaturgia: Idylla Silmarovi e Lenise Oliveira


Orientação em dramaturgia: Marina Esteves


Orientação e pesquisa da etnia Sateré-Mawé e cultura paraense: Lenise Oliveira

Direção musical e trilha sonora original: Dani Nega


Desenho de luz: Juliana Jesus


Direção de movimento: Marina Esteves


Preparação corporal: Key Sawao


Concepção em coreografia: Marina Esteves


Preparação Vocal: Marisa Brito


Cenografia: Marília Piraju


Objetos e adereços: Marília Piraju, Abmael Henrique, Artzion


Pintura Artística: Vincent Guitox


Confecção Porantin: Cassio Omae


Cenotecnia: Giovanna Guadanholi e Andieli Gorci


Figurino: Ayomi Domenica


Assistente de figurino: Regina Torres


Costura: Jonhy Carlo


Operação de luz: Juliana Jesus


Operação de som: Dani Nega


Ilustrações do programa: Mara Carvalho


Fotografia de divulgação: Ethel Braga e Noelia Nájera


Mídias sociais: Jorge Ferreira


Assessoria de imprensa: Canal Aberto - Márcia Marques, Daniele Valério e Carina Bordalo Produção geral: Tati Caltabiano e Lenise Oliveira


Apoio: Museu das Culturas Indígenas


Realização: Sesc São Paulo

 

SERVIÇO


Pa’ra - rio de memórias


Temporada: de 5 a 27 de julho de 2025. Sábados e domingos, às 11h. Sessão extra no feriado de 9 de julho (quarta-feira), às 11h


Sala Arte II – Sesc Avenida Paulista


Av. Paulista, 119 – Bela Vista, São Paulo – SP


Venda de ingressos online a partir de 24/6, 17h, e nas bilheterias das unidades a partir de 25/6, 17h.


Telefone: (11) 3170-0800


Na rede: /sescavpaulista - Site:



Horário de funcionamento: Terça a sexta: das 10h às 21h30. Sábados, Domingos e Feriados: das 10h às 18h30.

 

Ingressos: R$40,00 (inteira), R$20,00 (meia-entrada), R$12,00 (credencial plena). Crianças até 12 anos não pagam.


Venda on-line: a partir de 24 de junho, às 17h, em centralrelacionamento.sescsp.org.br e no app Credencial.


Venda presencial: a partir de 25 de junho, às 17h, na bilheteria de qualquer unidade do Sesc SP


Duração: 50 minutos | Classificação: Livre


Acessibilidade: teatro acessível a cadeirantes e pessoas com mobilidade reduzida

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