''Em momentos nostálgicos entre o passado e o presente, Festival Polifonia edição ''Emo Vive'' acontece em duas datas consecutivas na Audio em São Paulo''
- Renata Porto
- há 1 dia
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Em mais uma noite histórica e memorável pela celebração de um dos movimentos musicais mais relevante das últimas décadas, a maior edição do Festival Polifonia- edição ''Emo Vive'', traz três bandas ícones norte-americanas do gênero- Anberlin, Mae e Emery - com shows que celebram aniversários de discos clássicos, ao lado de Fresno e Hateen em duas datas consecutivas em São Paulo.

Fresno encerrando a primeira noite do Festival Polifonia na Audio- Foto: Renata Porto
Com uma base sólida e significante de fãs em todo o mundo, um dos movimentos culturais mais influentes de toda uma década com representatividade em todo o mundo, o Emocore, segue relevante na cena independente musical e vem conquistando novas gerações através de ascensão de bandas de rock com peso, atitude, autenticidade e letras que expressam emoções profundas, emotivas, melancólicas, libertadoras, com forte expressão cultural, pertencimento e principalmente identidade e popularização entre os mais jovens.
Em celebração a esse movimento duradouro da cultura emo que modificaram definitivamente todo um sub-gênero dentro do rock, que sempre representaram rebeldia, excentrismo e autenticidade, após quase três décadas de carreira e atividade musical, muitas das bandas relevantes do segmento musical seguem conquistando e encantando uma nova geração de jovens e adolescentes, e trazendo memórias afetivas , nostálgicas e significantes entre os fãs mais antigos.
Em mais uma edição histórica e memorável pela celebração de um dos movimentos musicais mais relevante das últimas décadas, a sexta edição do Festival Polifonia apresentou a sua maior e mais especial edição: Emo Vive. O festival intinerante aconteceu em Porto Alegre, Rio de Janeiro e São Paulo em datas consecutivas, com line-up de três icônicas bandas internacionais do gênero -Anberlin, Mae e Emery - com shows que celebram aniversários de discos clássicos, ao lado das bandas brasileiras Fresno e Hateen.
Com ingressos esgotados em todas as datas anunciadas do Festival Polifonia, o último final de semana foi agitado para os fãs de diversas vertentes musicais, com festivais musicais de rock por toda a cidade, o Festival Polifonia- ''Emo Vive'' virou refúgio, referência e preferência para inúmeros fãs e admiradores do gênero de distintas idades que sobrelotaram as duas datas consecutivas da edição paulista.

Banda Boa Sorte na primeira noite do Festival Polifonia na Audio- Foto: Renata Porto
No dia da estreia do festival na capital paulista, a banda paulista de rock alternativo e uma das promessas da nova geração do Emocore, a estreante banda Boa Sorte abriram os shows do festival Polifonia de forma muito assertiva , pulsante e energética, se destacando por sua representatividade feminina no rock, pela sua sonoridade densa, emotiva e de grande intensidade emocional. A banda iniciou-se com pequeno atraso, mas ganharam a atenção do público ao esbanjar carisma, jovialidade e apresentar na íntegra seu álbum de estreia intitulado '' Indelével''.

Banda Boa Sorte na primeira noite do Festival Polifonia na Audio- Foto: Renata Porto
Em sequência ao Festival que prometia aquecer e incendiar o público com as apresentações das bandas Anberlin, Mae e Emery e finalizando a noite com o head-liner badalada do grupo Fresno, uma das poucas bandas brasileiras com carreira ininterrupta no cenário independente do segmento todos esses anos, a segunda banda convidada a se apresentar no evento ficou por conta de um dos grandes nomes do hardcore melódico, os paulistanos do Hateen em apresentações distintas nas duas datas pautadas em discos de fases relevantes da carreira com set -list todo em inglês e no domingo todo em português, em mais de uma hora de apresentação.

Hateen na primeira noite do Festival Polifonia na Audio- Foto: Renata Porto
Apesar da novidade e essa oportunidade de revisitar clássicos em mais de quinze anos de carreira, a banda Hateen que é uma das bandas com trajetória mais respeitadas pelos fãs do hardcore e emo melódico, realizaram uma apresentação bem simplória, encurtada e sem muito apelo emocional do público, que numerosos assistiram a apresentação sem demonstração de muito entusiasmo, sinalizado inclusive entre os intervalos das canções pelo vocalista e fundador da banda, Rodrigo Koala, que manteve a energia e o carisma tradicional do grupo, mas o público aparentava não conhecer a maioria das canções apresentadas na primeira noite de shows.

Hateen na primeira noite do Festival Polifonia na Audio- Foto: Renata Porto
Com show de estreia no país em virtude da celebração do 20 anos do álbum The Everglow, o segundo e mais emblemático álbum da banda, a banda norte-americana, Mae (sigla para Multi-sensory Aesthetic Experience) composta por Dave Elkins – vocal e guitarra, Zach Gehring – guitarra e Josiah Schlater – baixo, é uma banda de rock alternativo e emo progressivo, com integrantes cristãos e que conquistaram o público e crítica no auge do movimento emocore no ínicio dos anos 2000 com canções que trazem composições atmosféricas, letras emotivas, cativantes e com muita positividade, que foram muito bem recepcionados pelo público do festival que acompanharam todas as canções com coros uníssonos, de forma vibrante e bem participativa, se tornando um ponto-alto do festival.

MAE na primeira noite do Festival Polifonia na Audio- Foto: Renata Porto
O grupo estadunidense MAE esbanjaram simpatia , plenitude , simplicidade e interagiram frequentemente com o público , agradeceram a recepção calorosa e eufóricas dos brasileiros e apresentaram uma sequência de quinze canções do álbum The Everglow, incluindo a faixa-título, além das canções ''The Ocean'', Someone Else’s Arms, ''Breakdown'', ''Suspension'', entre muitas outras , com uma apresentação interativa ,emocionante, de auto- conhecimento, intensa e intrigante , transformando o espaço de eventos da Audio em uma grande catarse coletiva.

MAE na primeira noite do Festival Polifonia na Audio- Foto: Renata Porto
Sem delongas e com um intervalo reduzido entre as apresentações das bandas para o público respirar, se recompor , se alimentar e se hidratar adequadamente, uma das bandas mais aguardadas do festival e que retornam ao país após quase vinte anos , a carismática banda norte-americana Emery , com formação atual por Toby Morrell - vocal, baixo e guitarra , Devin Shelton- vocal, baixo e guitarra, Matt Carter-guitarra , Josh Head- teclados e Dave Powell- bateria , trajados com uniformes com paletas de cores entre azul marinho e listrado com vermelho e branco, se apresentaram no Polifonia com show comemorativo em virtude do aclamado álbum The Question (2005), que celebra 20 anos de seu lançamento esse ano.

Emery na primeira noite do Festival Polifonia na Audio- Foto: Renata Porto
Com um dos shows mais energéticos e apoteótico da noite, Emery não decepcionaram os fãs que esperavam tanto por esse momento , transitaram por canções relevantes da carreira como ''Studying Politics'',''The Ponytail Parades'' ,"Listening To Freddie Mercury", além das canções do álbum ''The Question'', que em edição comemorativa, foram escolhidos com maestria para celebrar mais esse revival histórico da música indie e hardcore melódico.
Para finalizar a apresentação com chave de ouro e surpreendendo os fãs que estavam extremamente emocionados com a apresentação, muitos deles com os olhos marejados, o grupo Emery convidou sem cerimônia para uma participação especial outro grande ícone do Emocore dos anos 2000, o gaúcho Rodrigo Tavares ( ex- Fresno e vocalista do Esteban) para participação na canção ''Walls'', em uma performance assertiva, generosa, potente, agressiva e extremamente ovacionada pelo público do festival.

Tavares em participação especial no show da banda Emery- Foto: Renata Porto
Após a apresentação energética dos norte-americanos do Emery, a penúltima atração da noite e uma das atrações que mais trouxe fãs ao festival, muitos ficaram aglomerados nas grades e nos camarotes na expectativa de uma experiência mais intimista e sensorial com a banda americana de rock alternativo, Anberlin, uma das bandas mais relevantes do segmento em âmbito mundial, com seu auge no final dos anos 2000, alcançando números impressionantes de views e posição relevante na parada de músicas alternativas da Billboard 200, em aclamados álbuns de estúdio como '' Blueprints for The Black Market '', ''Cities'' e ''Never Take Friendship Personal'' , sendo o último escolhido para ser revisitado em comemoração aos 20 anos de seu lançamento.
A banda Anberlin retornou ao país após bem-sucedida fase do segmento musical que celebraram nos últimos anos muitas das inúmeras bandas nostálgicas e memoráveis que permanecem nos corações e playlists dos fãs através de festivais como ''Oxigênio Festival'' e ''I Wanna Be Tour'', com apresentações de bandas nacionais e internacionais que fizeram parte do movimento Emo e Punk-Rock nos últimos anos como NX Zero, Fresno, Dead Fish, Simple Plan, Day To Remember, The All-American Rejects, All Time Low, The Used, Asking Alexandria, Pitty, Boys Like Girls, entre muitas outras, que reuniram mais de 150 mil pessoas e passaram por diversas capitais do Brasil.
Em ascensão, o movimento musical ganhou força na última década através de Festivais e Festas com temáticas de revival, Anberlin era uma das bandas mais pedidas pelos fãs do festival na edição ''Emo Vive'', retornando ao país de forma triunfal superando a expectativa de milhares de fãs que aguardavam ansiosamente por esse momento.

Anberlin na primeira noite do Festival Polifonia na Audio- Foto: Renata Porto
Com presença notória de um novo vocalista e uma aposta do quarteto , o músico, cantor e compositor americano, Matty Mullins, mais conhecido como vocalista da banda Memphis May Fire, vem substituindo durante a turnê o aclamado co-fundador da banda, Stephen Christian nos vocais, além de ser declarado como fã convicto da banda , o frontman assumiu a responsabilidade de manter ativo a sonoridade, a identidade musical e a memória afetiva pelos fãs e admiradores da banda Anberlin.
Sem delongas e com uma presença de palco impressionante, o grupo icônico Anberlin apresentaram hits consagrados de distintas fases da banda como ''Never Take'', ''Dance Dance'', ''The Resistance'', ''High Stakes'' e finalizando a apresentação com ''Godspeed”', pautados no set-list do disco comemorativo de 20 anos de trajetória.
De forma inédita e histórica em festivais que tem no head-liner bandas relevantes do cenário internacional, a última atração de uma das noites mais frias do ano de um atípico outono e a mais esperada pelo público brasileiro, ficou por conta de uma das bandas mais consolidadas no cenário pop/emo brasileiro, que se mantém em atividade musical de forma ininterruptas por mais de duas décadas, a banda gaúcha de rock alternativo, Fresno , com formação atual da banda incluindo apenas três membros: o vocalista e multi-instrumentista Lucas Silveira, o guitarrista Gustavo Mantovani e o baterista Thiago Guerra.

Fresno na primeira noite do Festival Polifonia na Audio- Foto: Renata Porto
Para quem acompanham a banda Fresno por todos esses anos, é percepítivel a mudança de fase e amadurecimento sonoro , pessoal , estético e musical da banda, o frontman do grupo, Lucas Silveira, já declarou explicitamente ser fã e admirador assumido da banda Anberlin desde os primórdios da formação da banda, uma das referências musicais da trajetória da banda, e nesse momento atual da banda, enfatizou estar emocionado por realizar um sonho antigo em se apresentar na mesma noite que o quarteto norte-americano, além de fechar a noite de shows da turnê ''Emo Vive'', compartilhando o palco com as bandas que são referências musicais da carreira através desse projeto musical no Festival Polifonia.
Com a proposta de revisitar os três álbúns mais importantes da carreira, a banda Fresno dedicou as apresentações no Festival Polifonia para executar somente as músicas dos três primeiros álbuns “Quarto dos Livros '', “O Rio A Cidade A Árvore” e “Ciano”; em ordem cronológica, álbuns que ganharam em meados dos anos 2000 de forma avassaladora e muito perpircaz , notoriedade e reconhecimento no meio independente, a banda se tornou conhecida em nível nacional, participando de inúmeros rádios e programas de TV, além de realizar turnês por diversos estados brasileiros.

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