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''Em apresentações inéditas pelo centenário da Arte Moderna, Tom Zé realiza show no Sesc 24 de Maio'

Em duas apresentações no Teatro do Sesc 24 de Maio, o músico e compositor Tom Zé realizou shows da turnê ''Bula Invasão na Bula da Fossa''. Essas apresentações fizeram parte da programação especial do centenário da Semana da Arte Moderna(1922).


Tom Zé-Foto: Renata Porto




Com diversas programações culturais por diversas unidades do Sesc São Paulo, o festival Refestália, ação do Sesc que aconteceu na última semana em comemoração pelo centenário da Semana de Arte Moderna de 1922,recebeu em duas apresentações consecutivas o show da turnê ''Bula Invasão na Bula da Fossa'' do músico e compositor baiano Tom Zé no Teatro do Sesc 24 de Maio, na zona central da cidade.


Acompanhado de sua banda formada atualmente por Daniel Maia (guitarra); Jarbas Mariz (cavaquinho, viola de 12 cordas, percussão);Cristina Carneiro(teclados);Felipe Alves( baixo) e Fábio Alves(bateria), o artista se apresentou entre 17 e 18 de Fevereiro com repertório que transitavam pelo paralelo entre a contemporaneidade e a Semana de Arte Moderna ocorrida em 1922.


Com pontualidade característica do artista multifacetado que ganhou o título de o último tropicalista ,Tom Zé e banda chamaram a atenção de um teatro lotado , na expectativa de ver a criatividade seguido da genialidade de um artista que compõe canções com letras que refletem o cotidiano urbanista, com refrãos divertidos, irreverentes e de fácil memorização. Ao se apresentar de máscaras de proteção nas canções de abertura e usar um macacão com o número 22 estampado no peito, o artista esbanjou espontaneidade ao pedir para os músicos retirarem suas máscaras no decorrer da apresentação e dialogar abertamente com o público no meio das canções, aproveitando o espaço para fazer merchandising dos últimos álbuns que estaria á venda no final da apresentação. Retornando as canções de onde parou e recorrendo ao companheiro de palco Jarbas Marins, fez inúmeras vezes o público dar boas gargalhadas com suas histórias matutas de uma longeva carreira artística, além de descaradamente ler todas as letras de músicas e discursos ensaiados em diversos blocos de notas que carrega em todas as apresentações.


Tom Zé-Foto: Renata Porto



Em torno de uma hora de apresentação, o artista inventivo apresentou canções de mais de 23 álbuns e Lp's de carreira e algumas canções inéditas que diante de performances divertidas entre uma canção e outra, era aplaudido e reverenciado integralmente. O artista fez questão de relembrar canções de parceria com Caetano Veloso e Gilberto Gil durante o regime militar, das dificuldades de reconhecimento pelo seu trabalho no país e no exterior na década de 60 e de 70.Em muitos momentos o artista prestes a completar 86 anos parecia desnorteado, mas ganhava a plateia pelo bom humor e pela inquietude ,intercalava as canções com interações com o público, que no decorrer da apresentação se tornou recorrente.


Com repertório intercalado pelas divertidas canções de diferentes momentos da carreira como ''Não Urine no Chão(Tom Zé,2011),''Amarração do Amor''(2012), entre muitas outras, demonstrou presencialmente o motivo de Tom Zé ter sido eleito o artista mais cheio de originalidade e autenticidade no país. O músico baiano encerrou a apresentação com as canções mais aclamadas e esperadas em todo show, ''Politicar''(1998) e a clássica Augusta, Angélica e Consolação(Todos os Olhos,1973),o artista ainda brincou que ia fingir sair do palco e que essas últimas canções faria parte do bis. Sempre é excêntrico e provocante presenciar qualquer conserto de Tom Zé. Um artista que sempre á frente de seu tempo ,intelectual e gênio incompreendido, entende e eleva com muito bom humor todas as amarguras do nosso cotidiano.












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