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''Alice Caymmi apresenta show do seu quinto álbum, Imaculada, no Sesc Pompéia em São Paulo''

Em abertura das programações musicais do Sesc Pompéia em São Paulo, a cantora e compositora Alice Caymmi realizou duas datas de apresentações (05 e 06/01), de seu quinto álbum intitulado ''Imaculada'' no Teatro do Sesc Pompéia, zona oeste da capital paulista.


Alice Caymmi no Sesc Pompéia- Foto: Renata Porto



Em duas datas de apresentações, a cantora e compositora carioca Alice Caymmi retornou aos palcos do Sesc SP com a turnê do quinto álbum de estúdio intitulado ''Imaculada'', disco autoral que expõe dores e fragilidades da artista em um repertório vastos de canções com cunho intimista, confessional e fragmentos pessoais da artista.


Com apresentação impactante, teatral e visionária, a artista pontualmente se apresenta para um teatro lotado no Sesc Pompéia, acompanhada de sua banda formado pelos músicos Ian Cardoso(guitarra), Lucas Gonçalves( baixo) e Thiaguinho Silva (bateria),em uma apresentação dinâmica, porém curta, com repertório composto por quinze canções divididas entre sucessos de mais de dez anos de discografia anteriores, além de canções inéditas do álbum Imaculada. A apresentação se deu sequência com canções atemporais de uma apresentação orquestrada e segmentada ,reverberando a potencialidade da voz inconfundível de Alice Caymmi em interpretações realistas, libertadoras e cheias de dramaticidade, como as canções escolhidas para a temporada dos shows composta por ''Louca(Loca), Serpente, ''Iansã'' (Caetano e Gil), Meu Recado, A estação, Recíproco, Sozinha, Ninfomaníaca ,Todas as Noites'', entre outras, além de incluir no repertório duas versões do funk melody, ''Me Leva'' de autoria do Latino e a canção ''Princesa'' do MC Marcinho, ambos sucessos estrondosos no final dos anos 90 e que retorna com uma nova roupagem na voz operística, aveludada e avassaladora de Alice, cativando até os ouvidos mais exigente.


Transcendente e acompanhando de forma bem sucedida os nuances comportamentais da nova geração, a neta de Dorival Caymmi, filha de Danilo e sobrinha de Nana Caymmi, carrega consigo a responsabilidade do sobrenome de se firmar inevitavelmente como um nome forte na música brasileira, acompanhando a trajetória bem sucedida, consagradas e ovacionadas por inúmeras gerações da representatividade musical dos Caymmi pelo público brasileiro que ainda valorizam a magnitude, legado e trajetória de artistas atemporais da nossa música popular brasileira. Sem pretensão de abusar do sobrenome importante para se fazer cativa, a artista se dissociou , conquistou espaço e se libertou das amarras e da comparação com sua família se reafirmando libertária e diferencial em relação a sonoridade dançante voltado ao pop music com aposta roqueira em quase todos seus discos, disponibilizou de fácil comunicação com o ouvinte, se reintegrou a musicalidade jovial ,e se reiterando ao seu papel primordial de ser voz, influência, acolhimento e militância na sociedade contemporânea, através de letras e posições explícitas de porta-voz para a libertação sexual, espiritual, política, feminismo e independência emocional em faixas que desenvolvem abertura para assuntos relacionados a estética e à mulher.


Com seus atípicos looks extravagantes, modernos e cheios de autenticidade, a artista que foge do padrão politicamente correto e das regras padronizadas das musas fitness e influenciadoras atuais, ressurge no centro do palco deslumbrante com seu maiô decotado em tonalidade nude, meia arrastão, botas e grandes brincos com o símbolo ying yan, maquiagem básica e cabelos loiros em tonalidade média esvoaçantes ,que no decorrer da apresentação a artista o manteve presos, além de exibir propositalmente algumas indiscretas celulites, algo que torna irrelevante diante da presença impactante, sensual e cativante da artista. Em muitos momentos a artista tradicionalmente acompanha e se entrosa com o público ao se posicionar contrária ao governo Bolsonaro, com dizeres ''tchau querido'' ou ''foi tarde'' e relembrar brevemente sobre a posse do presidente Lula ,enfatizando em suas declarações ao retorno a democracia.


As últimas músicas sequenciais antes do tradicional bis foram ''Dentro da Minha Cabeça'', Tudo Que For Leve'', ''Sentimentos e além da versão da música -tema que compõem o novo disco, ''Sailor Moon'',canção de anime que conquistaram a juventude nos anos 90,propositalmente criando vínculo com o público jovem, que curiosamente era maioria em suas apresentações. Mesmo diante de uma plateia envaidecida e disposta a ouvir Alice Caymmi pelas próximas horas, a artista decepciona o público em show enxuto de apenas 50 minutos ,período que instintivamente a artista se entrega ao Pop, Funk, Mpb e ao Trap e incorpora novos elementos de forma sempre dinâmica, caprichada e particular nos palcos.


Alice Caymmi carrega consigo no sobrenome um legado da MPB e impressiona com sua voz marcante, atraente e personalidade forte. A melhor versão de Alice Caymmi está sem dúvidas em ''Imaculada'', quinto álbum que a cantora e compositora participou ativamente traduzindo em canções de versos curtos toda sua intensidade emocional de fácil identificação com a juventude contemporânea.


















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