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''Million Dollar Vegan lança campanha global para prevenção de pandemias''

Os riscos provocados pelo consumo de produtos de origem animal são cada vez mais claros: cerca de 75% das doenças infecciosas surgidas no mundo vieram de animais, segundo órgãos especializados


A Million Dollar Vegan, organização internacional conhecida por desafiar o papa e o presidente dos Estados Unidos a tornarem-se veganos por cerca de um mês em troca de uma doação de um milhão dólares para instituições de caridade, anuncia sua nova campanha global de conscientização: Tire as pandemias do cardápio. A ação é uma resposta ao impacto mundial e devastador da pandemia de coronavírus, contando com o apoio e orientação de importantes especialistas na área da saúde, além de ativistas pelos direitos dos animais.


Grandes nomes da ciência mundial estão mobilizados com o trabalho. Entre eles estão: Dr. Michael Greger, especialista em saúde pública e autor de Bird Flu: A Virus of Our Own Hatching; dr. Neal Barnard, presidente do Comitê de Médicos para Medicina Responsável; dr. Peter Li, professor associado de Política do Leste Asiático; dra. Aysha Akhtar, neurologista e autora de Animals and Public Health; dr. T. Colin Campbell, professor emérito de Bioquímica Nutricional na Universidade de Cornell; e dr. Ariel Kraselnik, cardiologista. No Brasil, a campanha conta com o apoio da Associação Brasileira de Médicos Vegetarianos (ABMV), bem como de ativistas de destaque na causa, como a apresentadora Luisa Mell.

Para essas autoridades e ativistas, está cada vez mais clara a conexão entre a produção e o consumo de produtos de origem animal e a ameaça global à saúde humana provocada pelas pandemias zoonóticas, isto é, aquelas transmitidas de animais para seres humanos. Esse é um problema antigo, já apontado por cientistas desde 2001. Essa conclusão continua amparada por dados compilados pelo Centro de Controle e Prevenção de Doenças dos Estados Unidos (CDC, na sigla em inglês), cujos resultados demonstram que três quartos das doenças infecciosas emergentes são provenientes de animais, ou seja, 75% delas.


Risco iminente


“As pandemias de gripe continuarão se insistirmos em amontoar animais para nosso consumo”, afirma o dr. Kraselnik, apoiador da Million Dollar Vegan. E ele não é o único profissional de saúde a expressar essa posição. Para o dr. Barnard, outro apoiador da campanha, “tirar os animais do nosso prato ajudaria bastante a evitar pandemias futuras, ao mesmo tempo em que melhoraria nossa saúde e nosso meio ambiente”.


Com depoimentos como esses, a Million Dollar Vegan busca divulgar que nunca houve momento mais importante do que o atual para uma reavaliação do relacionamento das pessoas com os animais, bem como para adotar uma dieta à base de vegetais e assim aderir à campanha global #tireaspandemiasdocardápio.


Para Naomi Hallum, diretora da organização, a Covid-19 é um duro lembrete de que toda a vida no planeta está conectada. “Portanto, se desejamos preservar nossas próprias vidas, devemos nos esforçar para preservar a vida de todos”, analisa. Para ela, a pandemia de coronavírus – como muitas outras anteriores – está provocando tragédias para famílias em todo o mundo. “Nenhum de nós deseja que isso aconteça novamente. No entanto, para evitar futuras tragédias, há algumas lições difíceis que precisamos aprender. Se continuarmos a ameaçar os animais selvagens, dizimando seus hábitats, capturando-os e aprisionando-os em mercados – e se continuarmos criando animais em fazendas insalubres, transportando-os por longas distâncias –, não haverá como evitar uma nova pandemia no futuro”.


A Million Dollar Vegan foi criada para aumentar a conscientização de como a pecuária e o consumo de produtos de origem animal afetam tanto os animais de criação quanto os selvagens, bem como prejudica o meio ambiente e a saúde humana, aumentando mundialmente os riscos de saúde pública decorrentes das doenças zoonóticas e, também, da resistência a antibióticos.


Alimentação saudável


Além dos cientistas fazerem a conexão entre as pandemias e o nosso consumo de produtos de origem animal, nutricionistas e médicos têm divulgado pesquisas indicando que seguir uma dieta à base de vegetais pode fortalecer nosso sistema imunológico. Um estudo revelou que ao longo de duas semanas de uma dieta deficiente em frutas e vegetais a função imunológica das pessoas analisadas despencou consideravelmente.


Os benefícios de uma dieta à base de vegetais na saúde humana já são estudados há décadas. Para o professor dr. T. Colin Campbell, um dos pesquisadores que conduziu The China Study, uma das mais abrangentes pesquisas já realizadas sobre a relação entre saúde e alimentação, essa conexão é evidente: “uma dieta baseada em alimentos vegetais integrais pode impedir, talvez até reverter, doenças degenerativas crônicas que tornam os idosos mais suscetíveis à Covid-19 ao mesmo tempo em que aumenta a imunidade para combatê-la”.


A médica pediatra e nutróloga dra. Fernanda de Luca, presidente da ABMV, também afirma que “uma alimentação baseada em legumes, verduras e frutas contém todos os nutrientes necessários para um ótimo funcionamento do nosso sistema imunológico, e um sistema imunológico competente é capaz de combater qualquer infecção, inclusive a infecção pelo coronavírus”.


Informações adicionais sobre zoonoses históricas


A longa história de exploração de animais em busca de carne, leite, ovos e peles significa também uma longa história de doenças graves e mortes generalizadas de pessoas: acredita-se que a tuberculose tenha sido adquirida com a domesticação de cabras; a coqueluche, de porcos domesticados; a febre tifoide, das galinhas; a hanseníase, de búfalos; e o vírus do resfriado, de vacas ou cavalos.


A pandemia de gripe de 1918, que matou de 50 a 100 milhões de pessoas, veio de aves.Mais recentemente, em 2003, o vírus da Síndrome Respiratória Aguda Grave (Sars) – que se acredita ter como origem outro mercado de animais vivos- se espalhou para mais de 8 mil pessoas em todo o mundo e custou à economia mundial cerca de 40 bilhões de dólares.Depois, em 2009, veio a “gripe suína” (H1N1) - com origem possivelmente nos porcos -, que infectou cerca de 60,8 milhões de pessoas.Disso se seguiu, em 2012, a Síndrome Respiratória do Oriente Médio (Mers), decorrência de outro coronavírus mortal, surgida diretamente da exploração industrial de camelos no Oriente Médio.Então, em 2013, a “gripe aviária” (H7N9), que emergiu de aves domésticas, afetou mais de 1,5 mil pessoas, matando cerca de 40% delas.E isso não acabou. Os cientistas concordam que três em cada quatro doenças infecciosas emergentes venham de animais.



Fonte da publicação da notícia-Valle da Mídia




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