''Festival Festa reuniu bandas de hardcore consagradas no cenário independente em São Paulo
Festival Festa trouxe bandas de hardcore consagradas no cenário independente em noite memorável e nostálgica no último sábado(07-12)dentro da programação da semana internacional de música(SIM SP 2019).
Zander no Fabrique Club-Foto:Renata Porto
No último sábado aconteceu mais um festival de grande relevância para o rock brasileiro em parceria com três produtoras do cenário do rock independente que buscam através desses projetos valorizar muitas bandas brasileiras de música independente,fazendo também parte da programação da Semana Internacional de Música de São Paulo.Com idealização das produtoras Powerline Music&Books,Flecha Discos e Forever Vacation Records,a edição anual do Festival Festa reuniu seis bandas renomeadas nacionalmente dentro de seu casting como Zander,Sugar Kane,Chuva Negra,Molho Negro,Violet Soda e Putz em única noite de apresentações no Fabrique Club,zona oeste da cidade.
Com apresentações pontuais,o evento intitulado Festival Festa recebeu um número expressivo de um público transitando entre vinte á quarenta anos,além de uma notória renovação de público,demonstrando que o hardcore independente ainda continua com grande notoriedade e relevância em todo circuito nacional.Com abertura do festival por conta da banda estreante Putz formada por Giovanna Zambianchi(voz e guitarra),Sarah Caseiro(baixo),Cyro Sampaio(guitarra) e Antônio Fermentão(bateria),a banda vem ganhando destaque no cenário independente principalmente por ser formada por músicos experientes,além de estar recebendo um feedback muito positivo em relação a postura em palco,maturidade sonora e ter emplacado de imediato um de seus primeiros singles de trabalho intitulado ''Vou Cair''nas principais plataformas de músicas.
Em seguida a banda paulistana de garage/post grunge com um pouco mais de 1 ano de existência,a banda Violet Soda se apresentaram no festival com sua sonoridade intensa,linear com muitas influências do rock noventista,empolgando os presentes com um show energético,visceral,despretensioso e letras extremamente cativante.A banda vem chamando a atenção das grandes mídias especializadas em música justamente por trazer elementos do punk rock intercalado com o grunge em sonoridade com ar modernista.Com apresentação em torno de sessenta minutos,a banda agradou,foi ovacionada e recebeu muitos elogios de um público que em grande maioria assistia a apresentação da banda pela primeira vez.Os sucessos da banda como "Coffee" e Tangerina não faltaram nesta apresentação.
De forma bem dinâmica e com intervalos curtos de uma apresentação para outra a banda power trio paraense Molho Negro foi a terceira banda a realizar seu show no festival.Com casa um pouco mais lotada de um público que não paravam de chegar ao local,demonstraram energia e vivacidade ao desmembrar durante a curta apresentação da noite seus três discos de estúdio,além de agitar algumas rodas e mosh dentro dos primeiros da noite.
Chuva Negra no Fabrique Club-Foto:Renata Porto
Dando espaço para uma das bandas veteranas mais conhecidas da noite pelo público que acompanha o mercado independente de rock,a banda paulista Chuva Negra chegou dispensando apresentações para um público mais eufóricos em grande parte fãs que acompanham a banda desde de 2010 com coros uníssonos de grandes partes das canções que foram apresentadas no festival.Com um set-list diverso,a banda realizou uma das apresentações mais energéticas da noite com direito a muitos moshs principalmente por parte das garotas que ao final da apresentação,o vocalista convidou todas as mulheres do festival a subir no palco e encerrar a apresentação juntamente com eles transformando o show num ambiente descontraído e de grande festa.
Zander no Fabrique Club-Foto:Renata Porto
Sem muitas pausas e marcado pela pontualidade,foi a vez da penúltima atração da noite e uma das mais esperadas pelo público que acompanham o cenário underground há pelo menos uma década.A banda carioca Zander formada em 2009 pelo vocalista e fundador Gabriel Zander após anunciar o fim de uma das bandas mais relevantes do hardcore brasileiro,Noção de Nada,trouxe ao Fabrique Club uma apresentação empolgante,cheia de atitudes e mensagens positivas em um set-list bem familiar ao grande público que a essa altura já preenchia grande parte dos lugares vagos em torno de todo o local da apresentação.Sem muitos devaneios e interação com o público,a apresentação seguiu cordialmente o cronograma do festival,com muitas das canções sendo cantadas em coros,misturando punk rock,hardcore melódico e elementos do post-hardcore com muita identidade,personalidade e autenticidade que sempre foram marcas registradas da banda.Em perfeita sintonia e cumplicidade com o público a banda esbanjou energia,maturidade sonora e comportamental,mostrando que acreditam e tem muita segurança em seu trabalho seja de melodia,postura de palco e principalmente de sonoridade,provando o porquê é uma das bandas mais relevantes e de notoriedade no segmento.
Sugar Kane no Fabrique Club-Foto:Renata Porto
E para finalizar a noite,uma das bandas veteranas é mais respeitadas,com mais de vinte anos de carreira no cenário independente,a banda curitibana Sugar Kane subiu ao palco sendo muito bem recebidos e aplaudidos pelo público que estava saudoso por uma das bandas que mais ganhou notoriedade nas últimas décadas e na explosão avassaladora do gênero no final dos anos noventa.Com algumas mudanças de integrantes,Alexandre Capilé demonstrou versatilidade,vigor,entusiasmo e muita disposição em apresentar um set-list intenso com grande parte das canções de sucesso que fez parte da adolescência de muitos dos presentes que estavam no festival.A troca de energia entre banda e público era evidente,com muitos momentos de nostalgia e um breve discurso do Capilé sobre a vibe,energia e a alegria de estar novamente tocando com a banda Sugar Kane,ainda agitou o público com alguns dizeres que gostaria de ver uma apresentação como nos bons tempos de Hangar 110,proporcionando uma experiência única aos presentes.Com muitos moshs e rodas rolando no espaço freneticamente,Capilé ainda convidou alguns parceiros de outras bandas para tocar em alguma das canções mais conhecidas da carreira como ''Reviver'',''Será Viver'' ,"Velocidade","Medo",e muitas outras,e num ponto alto do show chamou Ricardo Maestria(ex-integrante/atual Dead Fish) para dar uma palinha,transformando a apresentação numa grande festa de confraternização.
Sugar Kane no Fabrique Club-Foto:Renata Porto
Com muita vivacidade,a apresentação da banda foi marcada pela energia e ritmo contagiante dos integrantes que pareciam não ter pressa que a apresentação acabassem.Em mais um momento de nostalgia e trazendo uma noite única e memorável ao seu público,a banda se despediu com a canção mais esperada da noite e uma das faixas mais marcantes da carreira,''A Continuidade da Máquina'',levando o público ao delírio.Diante de tanta energia e sincronia entre banda e público,Alexandre Capilé ainda arriscou um staff dives bem no meio da galera,enquanto era levado pelo mar de gente sem perder o foco na letrra da canção,definitivamente transformando mais essa experiência musical em algo extremamente memorável,intenso e indescritível.Sem dúvidas transformou a noite de festival em mais um grande marco na carreira de uma banda que nunca deveriam deixar de tocar.É incrível a energia e cumplicidade dos curitibanos em palco.