''Margareth Menezes lançou o disco ''Autêntica''em show eletrizante no palco
Em lançamento da nova turnê do álbum intitulado ''Autêntica,a cantora baiana Margareth Menezes realizou única data de apresentação no sábado(09-11) no palco do Auditório Ibirapuera em São Paulo.O álbum marca o retorno da artista aos estúdios de gravação após 11 anos.
Margareth Menezes-Foto:Renata Porto
Em única apresentação,a renomeada cantora baiana Margareth Menezes retornou a cidade de São Paulo trazendo na bagagem seu novo show inspirado no afro pop brasileiro intitulado ''Autêntica.Com auditório extremamente lotado em dia caótico aos arredores do parque do Ibirapuera,já que um evento em homenagem ao ídolo saudoso Ayrton Senna tinha ocorrido no local,fechando todas vias de acesso,os fãs da cantora compareceram em peso á apresentação,além de algumas personalidades famosas como Helena Ranaldi,Daniel Alvim e da modelo Valeska Reis que fizeram questão de prestigiar o recente projeto da artista soteropolitana.
Margareth Menezes e as backing-vocais-Foto:Renata Porto
Margareth Menezes subiu ao palco próximo das 21hr30 acompanhada pelos músicos Tito Oliveira(bateria e direção musical),Marcelo Galter(piano e teclado),Nelmário Marques(contrabaixo),Jackson Almeida(guitarra e violão) e Daniela Penna e Karyne Rosselle(percussão e vocais),para apresentar com exclusividade seu recente álbum Autêntica,composto por 13 canções inéditas,além de muitas canções de sucesso na sua trajetória musical.
Com patrocínio do Natura Musical e do Governo do Estado da Bahia,Margareth Menezes inova e se mostra uma artista extremamente criativa ao apresentar repertório superior a todo seu processo criativo em mais de trinta anos de carreira.Deslumbrante,a cantora trajava um figurino da estilista Karine Fouvry, entre preto e branco,extremamente vistoso e requintado e transitou sem cerimônia em diferenciadas vertentes da música popular brasileira.
Margareth Menezes-Foto:Renata Porto
Com abertura do espetáculo com as canções ''Minha diva,minhã mãe'' e o samba-reggae ''Mãe Preta'',a cantora expôs versatilidade e diversidade na hora de compor canções poderosas,vibrantes e com riquezas rítmicas,cheias de recados necessários e panoramas contemporâneos de acordo com o momento que vivemos.Exaltou com muita maestria a beleza e os nuances da raça negra,apresentou com muita emoção a canção que compôs em homenagem a mãe,falecida em 2018,além de enfatizar um discurso e visão feminino sobre o papel da mulher na sociedade e a represália que muitas mulheres vem sofrido num âmbito em maioria machista nos últimos anos.
É incontestável a voz poderosa,forte,calorosa,radiante e cheia de intensidade de Margareth tornando as interpretações musicais da apresentação extremamente prazerosa e auditiva.Com sonoridade potente atribuído ao necessário e autentico suingue baiano,Margareth se apropriou do próprio espetáculo ao interpretar em sequência as novas canções do álbum com um grande aceite e cativando boa parte do público.Majestosa,a cantora arrancou muitos aplausos do público e muito interativa,ainda falou brevemente sobre o processo do disco e foi ovacionada quando não escondeu sua alegria em falar sobre o ex-presidente Lula ,que está livre após 1 ano e 8 meses de carcere privado.
Margareth Menezes-Foto:Renata Porto
Com direção do espetáculo por Vavá Botelho e cenário de Ana Kalil,a cantora seguiu o roteiro da apresentação e roubou a atenção novamente ao apresentar com identidade própria e fugindo um pouco do axé music,uma das canções mais aclamadas do repertório de Chico Buarque,com interpretação teatral como sugere a sonoridade e instrumental da música ''Geni e Zepelim'',em letras fortes e impactantes,novamente falando do machismo evidente em grande parte da nossa sociedade.Para a interpretação desta canção,Margareth Menezes foi acompanhada pelo piano de Marcelo Galter.
Sendo aplaudida por centenas de pessoas,a cantora deu continuidade a segunda parte da apresentação e trajando um novo figurino todo em branco,resgatou algumas canções de sucesso de Carlinhos Brown,Gilberto Gil,Jorge Vercillo e Baiana System incluindo no repertório as canções ''Paragassu,Perfume de Verão,Alegria da Cidade,além de incluir a nova geração baiana que vem ganhando destaque e notoriedade nacional como a banda Baiana System na releitura genuína da canção ''Capim Guiné,levantando com muita mestria a bandeira do pop de raízes afro brasileira.
Com canções balançantes como ''Do Jeito que seu nego gosta'',''Pelo Mar lhe Mando Flor'',''Querera'',''Capoeira Mundial'',''Lelegibô'',''Africaniei'',entre muitas outras em um repertório composto por 23 canções em mais de uma hora e meia de apresentação,Margareth Menezes emocionou,ousou nas composições e muito solícita ouviu alguns pedidos do público,mas manteve o roteiro da apresentação focada em canções escolhidas por ela e a banda.
Margareth Menezes-Foto:Renata Porto
Com apresentação baseada nas composições que exaltam ciclos e ancestralidades africana,a cantora encerrou a apresentação com as canções ''Mulher da Minha vida'',''Vento Sã'' e a canção em parceria com Daniela Mercury,''Oyá por Nós'',que trouxe um tom mais carnavalesco,além de batida eletrônica,baladas românticas em algumas das canções apresentadas,reforçando sua versatilidade de transição em diversos vertentes musicais sem perder sua identidade e essência que a consagrou definitivamente no carnaval baiano,na música popular brasileira e na geração de músicas de matrizes rítmicas e harmônicas da música africana.
Margareth Menezes-Foto:Renata Porto
Com um público eufórico pelo momento do bis,a maioria se levantou e se aproximou do palco tornando a apresentação um pouco mais intimista.Acostumada com grandes multidões em seus shows,a cantora não se intimidou e retornou ao palco agitando de vez o público e colocando para dançar com a canção "Perfume de Verão'' de Carlinhos Brown e reprisando no bis a nova canção de trabalho "Vento Sã",comprovando tem muito suingue e pré disposição mesmo fora do Carnaval.Reverenciada pelo publicou,Margareth Menezes encerrou a apresentação da noite de forma destemida,satisfatória com repertório atual,vibrante dialogando com a tradição baiana,provando novamente ser de fato uma das vozes negras brasileiras que realmente importam,frase dita pela visão feminina da ativista norte-americana Ângela Davis,em sua rápida passagem pelo país.
Margareth Menezes-Fotos:Renata Porto