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''Espetáculo Uisque e Vergonha com Alessandra Negrini encenando adolescente rebelde estreou

Adaptação do livro da escritora e roteirista brasileira Juliana Frank teve estreia nacional em São Paulo com direção de Nelson Baskerville e Alessandra Negrini no elenco

Espetáculo Uísque e Vergonha-Foto:Divulgação



Lançado na FLIP de 2016, o livro Uísque e Vergonha trata das aventuras e desventuras de Charlotiê na cidade de São Paulo. Sua conduta irreverente de adolescente rebelde e seu talento para narrar as próprias experiências na escola, em casa e nas ruas da cidade, nos fazem embarcar nesse universo urbano através de seu olhar original. A relação da garota com as personagens como sua mãe, sua falecida tia, seu psicanalista e seus namorados conduzem essa brilhante narrativa de fatos reais e surreais, adaptada para o teatro por Michelle Ferreira.


Há alguns anos tento montar algo sobre a obra de Juliana Frank. Me fascina sua imaginação sem limites, sua atualidade, seu humor, sua literatura é como uma câmera escondida. Os personagens que cruzam seu caminho, assim como ela própria parecem saídas de HQs, mas nunca saberemos se existiram na realidade ou se são simplesmente fantasias da autora (sabemos que algumas situações são absolutamente reais)”, confessa o diretor Nelson Baskerville e completa: “Seja para nos purificarmos, para nos enganarmos ou simplesmente morrer de rir das inconsequências, Uisque e Vergonha é um espetáculo para todo mundo.”


No palco do Teatro Novo, cinco atores e alguns bonecos vão interpretar 22 personagens em 37 cenas. Com assinatura de Cássio Brasil, também responsável pelos 22 figurinos, o cenário caótico cheio de referências retrata de forma muito estilizada os locais frequentados pela autora como Cemitério, Casa Mãe, Quarto Charlotiê, Sala de Aula, Muro da Escola, Consultório Lacran, Restaurante U-hu, Boate e Praia.


Por Nelson Baskerville


Juliana Frank é uma artista plena de vida, dessas que fazem o publico perceber que viver em plenitude é mais importante até mesmo do que ser feliz, porque engloba o lado claro e o escuro, o limpo e o sujo, o normal e o anormal, a escassez e a abundancia, tudo junto, o apolíneo e o dionisíaco, como Nietzsche sempre fez questão de frisar — um não sobrevive sem o outro.


Pensamos que já que a normalidade dá conta da normalidade, a arte tem que dar conta de tudo aquilo que ficou de fora. A arte deve remexer aquela sujeira debaixo do tapete, desmascarar o cotidiano mentiroso dos mortos-vivos para fazer ver os plenos de vida, os que não ligam, os que nos dizem o tempo todo que viver não pode ser só isso.


E não podemos negar que essas obras produzem tamanho fascínio no publico que seria impossível vivermos sem elas.


Uísque e Vergonha é um trem-fantasma, a alegoria da dureza da vida. Em um cenário caótico, cheio de referências, retratamos de forma estilizada os lugares (paulistanos) por onde Juliana Frank passou, viveu e escreveu: o cemitério do Araçá (sim, desenterraremos mortos nesse espetáculo), um estúdio de tatuagem, um beco com muro grafitado, os bares, boates e lanchonetes da Rua Augusta, a escola onde estudou, a praia onde costumava acampar e os personagens que cruzaram sua vida, os homens a quem amou, formando uma grande rede e suas interseções geralmente conflitantes.


Por tratar-se da adaptação de um romance, uma brilhante adaptação de Michelle Ferreira, diga-se, a linguagem é épico-narrativa, as atrizes e atores contam cenas, vivem situações, escrevem em lousas, cantam, dançam, hora interpretando personagens, hora narrando em uma atmosfera onírica e alegórica.


Por Caetano Galindo


Dá para ver nas múltiplas transformações e nos novos batismos por que passa a identidade da menina que você vai conhecer quando entrar aqui neste livro toda uma série de referências, que parecem citações: de Lispector, de Hilda Hilst, de Cleópatra, de um elenco inteiro de mulheres indefiníveis, de toda uma garrafada de uísque e de pouca, muito pouca vergonha.


Mas Charlotiê é só uma menina. E a Juliana é uma menina ainda. Só que cabe muita literatura na loucura das duas. Cabe muita invenção verbal, muito brilhantismo, muita loucura na literatura das meninas.


No fundo é a dor, que por trás da alucinação de um texto meio gonzo e meio gozo, faz com que toda a piração se eleve, se refine, ganhe os ares e as alturas da mais fina, da mais leve e mais densa literatura.

Se você quer uma moça comportada e previsível, largue já da mão da Juliana. Se você quer um passeio doido, improvável, acelerado e absolutamente sem igual, pode pegar na mão da Charlotiê.


Ficha Técnica

Um livro de Juliana Frank

Uma adaptação indecente de Michelle Ferreira

Direção Nelson Baskerville

Elenco:

Alessandra Negrini

Erika Puga

Gui Calzavara

Carcarah

Ester Laccava (atriz convidada)

Cenografia e Figurino Cássio Brasil

Trilha Sonora Daniel Maia

Desenho de Luz Wagner Freire

Preparação de Corpo Mauricio Flórez

Assistente de Direção Thais Medeiros

Coordenadora de Comunicação Beth Gallo

Assistente de Cenografia e Figurinos: Bosco Bedeschi

Cenotécnicos: Geraldo Leite Muniz e Estevão Nascimento

Adereços: Bosco Bedeschi, Jesus (Valkir Pedroso) e Valter Rocha

Costureiras: Salete Paiva, Yrondi Moço Rillo e Keila Santos da Silva

Contrarregras: Fabio Ollyver e Lucas Dornellas

Operador de Som: Junior Docini

Operador de Luz: Marcos Fávero

Camareira: Consuelo de Cássia

Estagiária de Cenografia e Figurinos: Luana Clotildes

Coordenadora de Comunicação: Beth Gallo

Assessoria de Imprensa: Morente Forte Comunicações

Programação Visual Vanessa Deborah

Ilustrações Carcarah

Adaptação Projeto Gráfico Luciano Angelotti

Fotografia João Caldas

Filmagens e Edições pra Web: Jady Forte

Coordenação de Produção Egberto Simões

Produção Executiva Martha Lozano

Assistência de Produção: Bárbara Santos

Coordenação Administrativa Dani Angelotti

Assistência Administrativa Alcení Braz

Administradora: Magali Morente

Produtoras Associadas: Selma Morente, Célia Forte e Alessandra Negrini

Uma produção Morente Forte

Serviço

UÍSQUE E VERGONHA

Teatro Novo (497 lugares)

Rua Domingos de Moraes, 348 – Vila Mariana

100 metros da Estação Ana Rosa

Informações: (11) 3542-4680

Bilheteria: terça a domingo das 14h às 19h.

Acessibilidade para cadeirantes.

Estacionamento conveniado: R$ 20. Flat’s Estacionamento – R. Domingos de Moraes, 343 (em frente ao teatro). Geh Estacionamento – R. Azevedo de Macedo 48 Vila Mariana

Vendas: www.ingressorapido.com.br

Sexta e Sábado às 21h30 | Domingo às 19h

Ingressos:

Sexta R$ 50 | Sábado e Domingo R$ 60

Duração: 80 minutos

Classificação indicativa: 18 anos

*Não recomendado para menores de dezoito anos. Cenas de violência: crueldade; Sexo e Nudez: situações sexuais complexas, de forte impacto tais como fetiches violentos. Drogas: Elogio ao uso de drogas ilícitas*

Fonte:Morente Forte

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