''Hoje acontece a leitura da peça Carta de Amor, texto inédito e autobiográfico do dramaturg
TEATRO KAUS REALIZA CICLO DE LEITURAS DE DRAMATURGIA DE LÍNGUA HISPÂNICA, NA OFICINA CULTURAL OSWALD DE ANDRADE
Foto:Alicia Peres
A primeira leitura será da peça Carta de Amor, texto inédito do dramaturgo espanhol Fernando Arrabal. Evento faz parte do projeto Teatro Kaus - Da América Latina À Espanha - Dez Anos De Dramaturgia Hispânica, contemplado pela 30ª Edição do Programa de Fomento ao Teatro para a cidade de São Paulo da Secretaria Municipal de Cultura
O Teatro Kaus Cia Experimental realiza um ciclo de leituras de dramaturgia de língua hispânica, que começa no dia 25 de outubro, quarta-feira, às 20h, com a leitura do texto inédito Carta de Amor, do dramaturgo espanhol Fernando Arrabal, na OFICINA CULTURAL OSWALD DE ANDRADE (instituição da Secretaria da Cultura do Estado de São Paulo, gerenciada pela Poiesis), com entrada franca. A leitura tem direção de Reginaldo Nascimento e reúne os atores Amália Pereira e Alessandro Hernandez.
Em CARTA DE AMOR (Como um suplício chinês), uma mãe recebe uma carta de seu filho, do qual há muito não tem notícias, no dia de seu aniversário. Estabelece-se um monólogo interior da mãe a partir de recordações do tempo em que sua relação com o filho era idílica. Os conflitos bélicos da Guerra Civil Espanhola e suas consequências fizeram desse amor um verdadeiro “suplício chinês”. Texto apresenta dados autobiográficos do autor por meio de cartas trocadas entre mãe e filho.
“Arrabal transcende a mera anedota e coloca em questão a crueldade e a penúria da Guerra Civil Espanhola. A Carta de Amor parece mais um testamento de amor porque atesta e publica a geografia de uma relação íntima. Neste sentido, a surpresa está no fato de Arrabal (autor e filho) conceder à sua mãe a palavra que é dela e permitir que soem as suas razões”, afirma Wilson Coêlho, tradutor do texto e estudioso da obra de Fernando Arrabal.
Evento faz parte do projeto Teatro Kaus - Da América Latina À Espanha - Dez Anos de Dramaturgia Hispânica, contemplado pela 30ª Edição do Programa de Fomento ao Teatro para a cidade de São Paulo da Secretaria Municipal de Cultura. Durante o projeto serão realizadas mais cinco leituras de peças dos dramaturgos: Santiago Serrano (argentino); Reinaldo Montero (cubano) e três textos de Esteve Soler (espanhol), além de ciclo de debates, espetáculos e a publicação de um livro.
Fernando Arrabal: Escritor, dramaturgo e cineasta, nascido no Marrocos espanhol em 1932, atualmente mora em Paris. Controvertido, cultiva uma estética irreverente tanto na sua obra como nas suas aparições públicas. Recebeu o reconhecimento internacional pela sua obra narrativa (onze novelas), poética (numerosos livros ilustrados por Amat, Dalí, Magritte, Miotte, Saura, entre outros), dramática (numerosas obras de teatro publicadas em dezenove volumes) e cinematográfica (seis longas-metragens). Autor de mais de 70 peças teatrais entre elas: Fando e Lis; Guernica; A Bicicleta do condenado; O triciclo; O cemitério de automóveis; O Arquiteto e o Imperador da Assíria; A Oração; Uma Tartaruga chamada Dostoiëwsky; O Jardim das Delícias e O labirinto. Arrabal não é só o autor espanhol mais encenado no mundo, quanto também um dos poucos autores do chamado Teatro do Absurdo que ainda vivem e produzem. Na década de sessenta, depois de permanecer três anos no grupo surrealista, Arrabal, juntamente com Roland Topor e Jodorowsky, cria o Movimento Pânico, cujo manifesto expressava a intenção de conciliar o absurdo com o cruel, identificar a arte com o vivido e adotar a cerimônia como forma de expressão. Seu Teatro Pânico, que ele mesmo qualifica como presidido pela confusão, o humor, o terror, o azar e a euforia, está baseado na busca formal, tanto espacial como gestual, e na incorporação de elementos surrealistas na linguagem.
Reginaldo Nascimento: Ator e Diretor Teatral em constante atividade desde 1990. Fundou o Teatro Kaus Cia Experimental em 1998. Participou de diversos cursos de formação e aprimoramento com diversos e importantes profissionais. Desde 1993 se dedica especificamente a Direção Teatral e a pesquisa do teatro de grupo, tendo assinado a direção de mais de 20 espetáculos entre eles: Hysterica Passio e O Casal Palavrakis; ambos de Angélica Liddell; O Grande Cerimonial, de Fernando Arrabal; Infiéis, de Marco Antonio de la Parra; A Revolta, de Santiago Serrano; El Chingo, de Edílio Peña; Pigmaleoa, de Millôr Fernandes; Cala a Boca Já Morreu, de Luís Alberto de Abreu; A Boa, de Aimar Labaki; Vereda da Salvação, de Jorge Andrade; Homens de Papel e Oração para um pé de chinelo, ambas de Plínio Marcos. Vêm realizando desde 1994, várias oficinas e cursos em prefeituras, secretarias de cultura e instituições privadas pelo interior do Estado, na capital e outros estados. Organizou e Editou o Livro CADERNOS DO KAUS - O Teatro na América Latina. Em agosto de 2009, idealizou e executou juntamente com o Grupo Kaus e em parceria com o Instituto Cervantes a Mesa de Debates Um Certo Arrabal, evento que trouxe a São Paulo o Dramaturgo Fernando Arrabal, um dos mais importantes da cena Mundial.
Teatro Kaus Cia. Experimental: Radicado em São Paulo desde outubro de 2001, o Teatro Kaus Cia Experimental foi criado em dezembro de 1998, em São José dos Campos, pelo ator e diretor Reginaldo Nascimento e pela atriz e jornalista Amália Pereira. Na capital paulista, a Cia. encenou as peças Hysterica Passio (2015/2017) e O Casal Palavrakis (2012/2014), ambas de Angélica Liddell; O Grande Cerimonial, de Fernando Arrabal (2010/2011); A Revolta, do argentino Santiago Serrano (2007); El Chingo, do venezuelano Edilio Peña (2007); Infiéis, do chileno Marco Antonio de la Parra (2006/2009); Vereda da Salvação, de Jorge Andrade (2005/2004) e Oração para um pé de chinelo, de Plínio Marcos (2002). Participou em julho de 2007 do XVIII Temporales Internacionales de Teatro, em Puerto Montt e da Lluvia de Teatro de Valdivia, ambas no Chile, apresentando a peça A Revolta. Em novembro de 2007, lançou o livro Cadernos do Kaus – O Teatro na América Latina, um registro documental sobre todas as ações do projeto Fronteiras – O Teatro na América Latina, realizado pelo grupo durante o ano de 2006 e 2007, beneficiado pela Lei de Fomento ao Teatro para a Cidade de São Paulo. No final de 2015 foi contemplada pela 3ª edição do Prêmio Zé Renato para circulação da peça Hysterica Passio.
Informações:
CARTA DE AMOR (Como um suplício chinês) – Dia 25 de outubro de 2017, quarta-feira, às 20h.
Texto: Fernando Arrabal.
Tradução: Wilson Coêlho.
Direção: Reginaldo Nascimento.
Com o Teatro Kaus Cia Experimental.
Elenco: Amália Pereira e Alessandro Hernandez.
Duração: 80 minutos.
Recomendação: 14 anos.
Ingressos: Entrada Franca. Quarta-feira, às 20h.
OFICINA CULTURAL OSWALD DE ANDRADE – Teatro – Rua Três Rios, 363 - Bom Retiro. Telefone: 3221-4704. Capacidade 60 lugares. Bilheteria funciona uma hora antes do início do espetáculo. Ar condicionado. Café.
Fonte:Amália Pereira