top of page

''O aclamado espetáculo A Profissão da Sra Warren encerra temporada esse final de semana em

Com direção de Marco Antônio Pâmio, A Profissão da Sra. Warren teve sua temporada no Auditório MASP prorrogada até 22 de julho


Montagem da obra do polêmico dramaturgo irlandês Bernard Shaw traz Clara Carvalho, Karen Coelho, Cláudio Curi, Caetano O’Maihlan, Mário Borges e Sergio Mastropasqua no elenco. A montagem assume a opção estética de deslocar a ambientação da trama, que foi escrita na última década do século 19, para os anos de 1950


Fotos de Ronaldo Gutierrez


Com diálogos ácidos e brilhantes, a tragicomédia A Profissão da Sra. Warren, do irlandês Bernard Shaw, considerado um dos maiores dramaturgos de língua inglesa ganha uma nova encenação com direção de Marco Antônio Pâmio e tradução da atriz Clara Carvalho. O espetáculo teve sua temporada no Auditório MASP prorrogada até 22 de julho, com sessões às sextas e aos sábados, às 21h, e aos domingos, às 20h.


A trama começa em uma casa de campo em Surrey, que a jovem e inteligente Vivie Warren (Karen Coelho) alugou para estudar direito. Com apenas 22 anos, a menina foi criada longe de casa e estudou nos melhores colégios e frequenta a Universidade de Cambridge. Por isso, ela não conviveu com a mãe, Sra Warren (Clara Carvalho).


Neste lugar, Vivie recebe a visita de amigos da mãe que não conhecia, como o arquiteto Praed (Mário Borges), um tipo romântico e esteta; o jovem de moral duvidosa Frank Gardner (Caetano O’Maihlan), que logo se enamora da moça; o barão milionário Sir. George Crofts (Sergio Mastropasqua); e o reverendo Samuel Gardner (Cláudio Curi), pai de Frank, o mais velho conhecido da Sra. Warren, cujo passado esconde uma chocante revelação.


Entre discussões fervorosas e bem-humoradas sobre o enriquecimento, a hipocrisia social e os paradoxos morais, a filha descobre que sua educação refinada foi financiada por uma rede internacional de bordéis comandada pela Sra. Warren. A mãe entrou para essa vida por necessidade, mas, no final das contas, torna-se uma bem-sucedida empresária do ramo e trabalha por puro prazer.


Escrita entre 1893 e 1894, “A Profissão da Sra. Warren” foi proibida de ser encenada na Inglaterra e nos Estados Unidos no começo do Século 20. “A peça tem um caráter transgressor, com discussões muito à frente de seu tempo, principalmente no que tange ao papel da mulher na sociedade. Shaw nos fala do hoje tão discutido ‘empoderamento feminino’ quando esse tipo de debate era impensável na época. Ele nos fala de ‘uma nova mulher’: independente, ‘dona do seu nariz’, com opinião e personalidade próprias. Na época da peça, as mulheres sequer podiam votar”, comenta Pâmio.


A montagem assume a opção estética de deslocar a ambientação da trama, que foi escrita na última década do século 19, para os anos de 1950. “Manter a encenação fiel à época original nos faria correr o risco de soar anacrônicos diante de tantas conquistas da mulher durante este século e pouco que nos separa da época em que a peça foi escrita e os dias de hoje. Trazer a história para a atualidade também soaria estranho. Assim, a década de 1950 nos situa nesse terreno intermediário, quase ‘pré-feminista’. Estamos falando de assuntos bastante espinhosos, mas ainda num contexto ‘de época’”, acrescenta.


Essa mudança de contexto implica mudanças na cenografia e figurino. “Os figurinos seguirão essa tendência de uma maneira bastante fiel. O texto possui quatro atos, sendo que nenhum deles acontece no mesmo ambiente. Para evitar a quebra da fluência na narrativa através de trocas de cenário durante os entreatos, optamos por uma cenografia mais neutra e abstrata, em que os ambientes são mais sugeridos do que traduzidos de maneira realista. A trilha sonora preencherá os climas de tensão e distensão da trama, alicerçada fundamentalmente nos embates verbais entre os personagens e as ideias que eles defendem, através não só de temas musicais mas também de outras sonoridades”, comenta o diretor.

Fotos de Ronaldo Gutierrez

Sobre Bernard Shaw


Considerado um dos mais importantes dramaturgos de língua inglesa, George Bernard Shaw (1856-1950) é autor de 60 peças, entre elas “Pigmalião”, “Cândida”, “César e Cleópatra”, “O Dilema do Médico”, “O Homem do Destino”, “Volta a Matusalém” e “A Milionária”. Ao longo de sua carreira, encerrada aos 94 anos, ele também trabalhou como jornalista, romancista, crítico de música e teatral e ensaísta.


Avesso a honrarias públicas, Shaw foi, ironicamente, a única pessoa a ter sido premiada com o Nobel de Literatura (1925, por “Santa Joana”) e com o Oscar de melhor roteiro por “Pigmaleão” (1939). Ele aceitou o primeiro prêmio unicamente por insistência de sua esposa, mas, mesmo assim, destinou toda a quantia recebida para a tradução e a difusão das obras de Henrik Ibsen e outros autores escandinavos.


Como crítico teatral, atacou a “bardolatria”, a excessiva reverência à genialidade de Shakespeare. Segundo Shaw, ela paralisava a cena inglesa, restando apenas versões romantizadas das obras do bardo, ou, ainda, dramalhões superficiais criados segundo os ditames da peça bem-feita.


Fundou a Sociedade Fabiana, o Partido Trabalhista inglês e a London School of Economics, até hoje um dos mais prestigiados centros de ensino do mundo.


Sobre Marco Antônio Pâmio


O diretor Marco Antônio Pâmio estudou no Centro de Pesquisa Teatral (CPT) e no Drama Studio London, na Inglaterra. Logo em sua estreia nos palcos, ao atuar na peça “Romeu e Julieta” (1984), de William Shakespeare, com direção por Antunes Filho, recebeu o prêmio APCA na categoria “ator-revelação” no papel de Romeu.


Pâmio foi agraciado com esse prêmio em outras duas ocasiões: em 2006, pela atuação em “Edmond”, de David Mamet; e em 2014, pela direção de “Assim É (Se lhe Parece)”, de Luigi Pirandello. Ele também já foi indicado pela crítica aos prêmios Shell, Aplauso Brasil e Mambembe.


Alguns de seus trabalhos mais recentes como diretor são “Baixa Terapia” (2017), de Matías Del Federico; “Noites Sem Fim” (2016), de Chloë Moss; “Playground” (2016), de Rajiv Joseph; “Consertando Frank” (2015), de Ken Hanes; e “Propriedades Condenadas” (2014), de Tennessee Williams.


SINOPSE


Numa casa de campo em Surrey, a jovem Vivie Warren recebe a visita de amigos da mãe, que não conhecia, e em discussões acaloradas, surgem revelações surpreendentes sobre sua vida.


FICHA TÉCNICA

Idealização: Rosalie Rahal Haddad Tradução: Clara Carvalho Direção: Marco Antônio Pâmio Diretor assistente: Thiago Ledier


ELENCO:

Clara Carvalho Karen Coelho Caetano O’Maihlan Cláudio Curi Mario Borges Sergio Mastropasqua

Figurinos: Fabio Namatame Cenário: Duda Arruk Desenho de Luz: Caetano Vilela Trilha Original: Gregory Slivar Fotografia: Ronaldo Gutierrez Design Gráfico: Denise Bacellar Coordenação de Produção: Selene Marinho Assistente de produção: Marcela Horta Pré-Produção: Círculo de Atores Assistente de Figurinos e Objetos: Cy Teixeira Montagem e Operação de Luz: Nicolas Caratori Contrarregra: Eder Soarez Assessoria de imprensa: Pombo Correio


SERVIÇO

A Profissão da Sra. Warren, de Bernard Shaw

Auditório MASP – Avenida Paulista, 1578 – Bela Vista

Temporada: prorrogado até 22 de julho

Às sextas e sábados, às 21h; e aos domingos, às 20h.

Ingressos: Sextas feiras – R$ 30 (inteira) e R$15 (meia-entrada)

Sábados e domingos – R$50 (inteira) e R$25 (meia-entrada)

Telefone: (11) 3141-5959

Classificação: 12 anos

Duração: 100 minutos

Gênero: Comédia Dramática

Capacidade: 376 lugares


Fonte:Pombo Correio


bottom of page